domingo, 15 de abril de 2012

A camionete do Luís Cerejo



Por: José Teodoro

O nosso amigo e ex-colega do Tortosendo Luís Cerejo acaba de editar um livro de contos. Já fez a apresentação na sua terra natal e agora é a vez de Castelo Branco, cidade onde vive e trabalha: no próximo dia 19 de abril, na sua escola (Escola Básica João Roiz) e a 4 de maio, na Biblioteca Municipal de Castelo Branco.
O universo dos quatro contos é a região onde nasceu e vive, com epicentro nos Três Povos. Na Introdução, o Cerejo situa o leitor:

…Três Povos é uma designação que não vem no mapa… nem consta de nenhum documento oficial nem nos registos da polícia… mas existe e todos os que lá habitam sabem que existe e que é assim que se chama.
Os que lá habitam sabem que nos documentos oficiais constam outras designações, mas eles e os amigos e as pessoas das terras em volta e todos aqueles que são importantes sabem do que se fala quando se diz “Três Povos”.
É assim e pronto.
Capa do Livro de Luís Cerejo

Deixo-vos com um trecho do conto “Camionete da Carreira”. Escolhi a parte em que o Cerejo escreve sobre o Tanã, que eu ainda conheci cerca de 1990, quando lecionei na Meimoa, pois o Tanã era rapaz de amplas geografias.

Andava sempre por ali, pelo Largo Central e pelo Café Central que também era restaurante. A razão era simples: O dono do café, o Domingos, tinha pena dele porque não tinha pai, a mãe era meio louca e o pobre vivia sem eira nem beira à espera que alguém falasse com ele, lhe desse um pouco de atenção ou de comer. Ou se calhar, por outra razão qualquer.
Pelo pormenor podemos reconhecer a peça: o Domingos, depois de ter servido os clientes, chamava o Tanã, sentavam-se os dois à mesa e almoçavam como dois bons amigos. O Domingos falava-lhe do Sporting que este ano é que iria ganhar o campeonato e do Mané Fanã que era o melhor jogador do mundo e o Tanã que não entendia as palavras mas compreendia muito bem o essencial das coisas e das pessoas só respondia:
-- Minga, amigo! – e ria-se com alma pura de louco.

Quem quiser ler mais tem de comprar o livro ao Luís Cerejo, pois é uma edição de autor.
Temos escritor!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Boas Festas


Por: José Teodoro

Andava-se de casa em casa, o Vigário, o sacristão e o rapaz da campainha, com o Senhor, mais os amigos, os vizinhos e a criançada da zona. Havia uma mesa repleta de amêndoas, doces e tremoços. Ao centro, as flores da Primavera. E vinho, raramente aceite, para matar a sede ao senhor Vigário, e umas moedas ou uma nota, como paga do serviço.

Antes, horas e horas a alindar a casa. Uma vez por ano, cada família abria-se à comunidade e ninguém queria fazer má figura. 


As Boas Festas eram domingo, na Vila, segunda-feira, no Caldeira e na Tapada, domingo de Santa Bárbara, no Casal da Fraga, e domingo da Senhora da Orada, nas Quintas. Elas eram a festa da partilha, o único momento em que o Senhor visitava as pessoas, na sua casa, “obrigadas” que estavam a deslocar-se todo o ano a casa d´Ele.


 Boas Festas no Salvador, concelho de Penamacor, em meados do século passado
O desaparecimento das Boas Festas foi um sinal dos tempos, nos anos 70: a pouca higiene no beijar da cruz; frequentes rivalidades entre párocos e comunidades, nessa época; concentração de milhares de pessoas em cidades, onde por vezes os vizinhos nem se conhece; a maioria das pessoas terem deixado de ser católicos praticantes e proliferarem minorias de outras igrejas ou de nenhuma.


Mas, elas não terem sido retomadas pela Igreja, mesmo que reformuladas, é para mim um dos grandes mistérios da nossa Igreja Católica. Fala-se, por tudo e por nada, com muita razão, em policiamento de proximidade. Há programas que levam as autoridades policiais, assistenciais e de saúde a casa dos idosos mais isolados. Mas os pastores da Igreja prescindem, voluntariamente, de um dos momentos mais nobres de proximidade com o seu rebanho. 

Notas breves:
Há meses, os padres redentoristas de Castelo Branco anunciaram, pela comunicação social, que ofereciam, diariamente, um certo número de refeições aos mais necessitados. Semanas depois, vieram protestar, nos jornais, pois nem uma pessoa aparecera para pedir ajuda. Extraordinário! Isto fez-me lembrar uma igreja da zona da Amadora, junto a uma zona residencial de emigrantes africanos, onde já fui por duas vezes e nunca vi uma única pessoa de raça negra.

Há dias, fiz uma curta visita à ti Maria dos Anjos e ela disse-me que o senhor Vigário lá estivera momentos antes. Mas uma andorinha não faz a Primavera, nem esta é uma crónica sobre a Igreja de S. Vicente da Beira. No entanto, são estas novas formas de pastoral que fazem falta à Igreja Católica!


Se acharem que não tenho nada com isso, dou-vos toda a razão. Mas estava para aqui sentado ao computador, sem nada para fazer, e lembrei-me que hoje era o dia de dar as Boas Festas, na casa da minha infância. Nostalgias!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Viagem a Guimarães 21 de Abril


Cancelada!
Viagem a Guimarães, 21 de Abril em autocarro (Lisboa-Guimarães). 

Partida, tarde de dia 20 (sexta) e regresso tarde de dia 21(sábado). 
Objectivo, participar no Encontro do Norte da AAVD e visitar Guimarães, Cidade Capital Europeia da Cultura 2012. 

Claro que a este objectivo não podemos nunca desligar outro, o de conviver com os nossos colegas do Norte que connosco partilharam tempos de adolescência e juventude.

Há ainda problemas logísticos a resolver, por isso está já a decorrer um inquérito no FB, para todos os que têm FB, e em paralelo ocorrerá outro aqui no blog, com a as mesmas perguntas para quem não tem acesso ao FB. Todos podem responder aos dois, uma vez que servem apenas para termos uma ideia da adesão possível e a partir daí iniciar o conjunto de contactos que permitam levar por diante esta iniciativa.

Para darem a vossa opinião no FB: https://www.facebook.com/questions/355403807844172/ (preferência).

Esta ideia surgiu no último jantar em Lisboa e tem um objectivo nobre e que está em linha com todas as iniciativas dos últimos anos, pautarmos por estar juntos em nome da amizade, dando continuidade ao ideal   verbita de ser o "sal da terra" e a sua "continuação na sociedade civil".

Na força projectada na sombra do troar deste bombo, que está suspensa... esperamos a dimensão da vossa adesão para nos reunirmos, de novo, noutro dia inesquecível como tantos que já vivemos!

A cada inscrição, aumentará a força do ribombar desta pele!

domingo, 1 de abril de 2012

O Jantar da Selada!

Toda a gente foi pontual... as alfaces fizeram milagres! O Casimiro foi o primeiro a chegar e já tinha tudo organizado com pompa e circunstância como podem ver no video do evento. 

Tivemos algumas baixas, infelizmente, todas, mais que justificadas. Fazemos votos para que todos estejam em franca recuperação! São os votos de todos os que estiveram presentes e sentiram a vossa falta.

O convívio foi agradável, de acordo com o que já é habitual, para além da presença de dois estreantes, o Carlos Manso, que frequentou o Tortosendo e Fátima e o António Lobo que frequentou Guimarães. Esperamos que esta seja a primeira de muitas participações neste nosso convívio.

Para além da excelente selada, não puderam faltar de entrada os maranhos... remediados, mas que se há-de fazer! As entradinhas quentinhas, que o sr. Arlindo, não deixa terminar nunca... até à chegada da rainha Garoupa, de óptimo paladar e textura, directa do forno e no ponto!

Conversas em dia, apontaram-se os ausentes, só para marcar o lamento de estarem presentes, os que estavam doentes e muitos mais... mas o "núcleo duro", como lhe chama o Henrique Barata, lá estava!

O próximo será em Maio, última sexta-feira... coloque na vossa agenda!

Para além disso o Zé Freire lançou o desafio de irmos a Guimarães em Abril, ficamos de amadurecer a ideia, daremos notícias sobre o assunto.

E aqui fica o video, um brincadeira... para continuarmos a divertir-nos e prolongar o nosso convívio a todos.