domingo, 31 de janeiro de 2010

Os que puderam estar presentes em Oleiros!

Com o contributo inexcedível do nosso caro colega António Pinto, podemos já avançar com a lista de presenças no almoço de Oleiros.

Foi bom ver, que na mão de todos os presentes, ainda se conserva aquele pequeno vaso em que um dia pegámos! Aquele, que contém a planta mais sensível da natureza, a mais quebradiça, a menos resistente de todas as que conheço. Não sei, se quem esteve presente reparou, mas à medida que o número de presentes aumentava, aquelas plantas de folhas mais amarelecidas e descaídas, começavam a ficar viçosas, cada vez mais viçosas... atingindo uma coloração de um verde, que fazia lembrar a esperança. A planta, a que se dá o nome de amizade, (re)vive na presença e proximidade de outras da mesma espécie e só sobrevive nestas condições.

Foi, portanto, um dia em cheio para alimentar a amizade. Conseguimos reunir, no centro do país, umas dezenas de possuidores desta rara planta, que voltaram a dar-lhe o seu alimento favorito, com mais consistência, proximidade, alegria e solidariedade!

Soube a pouco!...Em Março, voltaremos a reunir-nos em Lisboa!

O "Mordomo" da Beira, o nosso José Eduardo, lembrou, de viva voz, que o último sábado de Outubro de 2010, volta a ter um "Sabor" especial na "Beira", com o Encontro Regional Anual do Tortosendo!

Oportunidades não vão faltar para alimentar "essa" planta da amazidade, basta que "cada um" o queira!

Então são eles:


PRESENÇAS:
Região da Grande Lisboa= 29 pessoas
Albertino Antunes e 3 amigos
Aníbal Gama Santos
António Casimiro Barata
António Pinto
António Rosinha e esposa
António Rui Barata e Isabel
Artur Manuel dos Santos
Aurélio Raposo Diogo e Alzira
Daniel Reis e Lia
Fernando Mateus Dias Carvalho
Francisco Alves Barroso
Francisco Magueijo e Mª Jesus
José Prata Candeias
José Quelhas e Gorete
José Veiga Freire e Anita
Nicolau Marques e Vera
Vitor Carmo Batista e Cristina
Zona CENTRO= 24 pessoas
André Gonçalves e esposa
Aníbal Antão
Antero Mota Urgeiro
António Gonçalves Martinho
António Varanda
Basílio Lopes Pereira
Ismael Antunes
João Paulo Natário
João Gama Santos
José Alberto Gonçalves (TRIGAIS)
José Anastácio
José Antº Dias Pereira (ZECA)
José Antunes Cerdeira
José Eduardo Leal
José Manuel Fortunato Canhoto
José Pereira (de Coimbra)
José Prazeres Joaquim
José Teodoro Prata
Licínio Duarte
Luís Bogalheiro e irmão
Maurício Melfe
Paulo Urbano
ZONA NORTE=  7 pessoas
Artur Pizarro, esposa e filha
António Brito
Armindo Cachada
António Madeira Antunes
José Luís Agostinho
SVD = 4 pessoas
Pe. José Antunes
Pe. José Hipólito Jerónimo
IRMÃO José Jesus Amaro
Pe. Manuel Soares

TOTAL: 64 pessoas
48 AA, 11 esposas e 5 amigos e familiares    

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Em Demanda do Dito Cujo



 
(A história de uma longa espera e da sempre adiada incursão aos domínios do estonado)

Daniel Reis
 
Saudações verbitas, ilustríssimos camaradas.
Tenho vindo a contar as horas e os dias que nos separam da ida à Serra do Moradal e vendo, hoje mesmo, publicado o programa das festas começo-me, finalmente, a convencer que, desta vez, o bicho estonado, que ali nos leva, não escapa mesmo. E se eu tinha razões para desesperar! Às tantas, já me parecia estar a ler uma cópia foleira do medieval romance Em demanda do Santo Graal preparando-me, em consequência, para escrever uma versão mais contemporânea, adaptada às circunstâncias, e que me permitiria denominar algo assim como Em demanda do Santo Cujo, se me perdoarem a blasfémia.
Já lhes explico tudo, mais ao pormenor. Mas, antes, convém anotar duas ou três coisas sobre o dito cujo bicho, pois acredito que alguns não saibam, exactamente, do que se trata, pois também eu o não sabia antes de me informar junto de quem pratica essa verdadeira devoção gastronómica, que é o cabrito estonado da região do Pinhal e, mais especificamente, do concelho de Oleiros.
Que se tratava de um cabrito assado com pele e algum recheio de primícias das vísceras, já o sabia. Mas como o pelavam, era o ponto de interrogação. Ainda pensei que lhe dariam o mesmo tratamento a carquejas e fogo, que se usava em Bogas com os porcos, pela matança de Natal, quando eu era jovem e fazia questão de me levantar cedinho, para ajudar a segurar o bicho sacrificial, enquanto ele tinha forças para espernear.
Isto, claro, antes de entrar no seminário do Tortosendo porque, depois disso, ia lá eu tornar-me cúmplice de semelhante e nefando crime contra um pobre animal!
 
Nem carqueja nem maçarico:
só água quente e pouco a pouco

Sei agora que o juvenil chibinho se livra das carquejas. E do moderno maçarico, hoje predominantemente utilizado para pelar os porcos, antes de eles se transformarem em febras, chouriços e presunto? Também disso o pobre se livra. Até porque, de tão tenrinho, ficava logo esturricado, sem pelo e sem pele e, talvez até, sem nada para depois um cidadão mastigar a gosto.
O facto é que o cabrito (de apenas um mês, mês e meio) é estonado (pelado) em água quente, quase fervente, pouco a pouco até ficar lisinho e pronto a sujeitar-se à assadura. Bem sei que ao pobre não perguntam se preferia as carquejas, o maçarico ou a água quente, para lhe tirarem o pelo. Mas também não se pergunta ao frango como prefere o desconforto da viagem até ao prato do predador humano, que está escrever este horror.
Bem, deixemo-nos de coisas tristes e vamos ao romance de pacotilha, que ousei apelidar de Em demanda do Dito Cujo.
Para já, um pedido de desculpas ao Fernando Carvalho. É que tínhamos combinado os dois ir a Oleiros em demanda do bicho, justamente no dia em que o Desportivo do Fundão fosse jogar ao Estreito, para defrontar o clube de que ele é fã e que eu considero ser portador do mais bonito nome, no futebol cá do burgo: as Águias do Moradal. Informaram-me tarde demais que era a 20 de Dezembro. Aliás, ainda hoje estou para saber quem ganhou, embora desconfie de empate, atendendo à classificação do Campeonato Distrital. Ainda por cima, estava lá para a Serra algarvia, onde hoje passo muitos dos meus dias desterrado, e já não podia fazer nada.
 
Os meus amigos e o trio
de cabritos de estimação

Esta foi a mais recente oportunidade perdida, na demanda pelo tal cabrito, lá no seu berço natal. Muito antes e repetidamente, vinha adiando para as calendas outras incursões a Oleiros, partindo de um ponto mais a Norte, a Cova da Beira. Muitos dos meus amigos de lá, especialmente o fotógrafo Diamantino Gonçalves, que é de ao pé do Zêzere, um pouco mais acima, e o Fernando Paulouro, director do Jornal do Fundão, são fanáticos do estonado. E as vezes que nos temos comprometido, a ir-lhe prestar as devidas homenagens! Mas nunca deu: quando vou ao Fundão, ou são eles que não podem ir, ou falta-me a mim o tempo para a dolorosa peregrinação pela N238, a estrada com mais curvas, que alguma vez vi.
Finalmente, estava eu ainda no Expresso, talvez há uns quatro ou cinco anos, até propus a publicação de uma Roteiro de fim-de-semana, num dos cadernos que então o jornal tinha, justamente sobre os lendários cabritos do Interior Beirão. Ou seja: almoço de Sábado com o cabrito grelhado das Aradas (ali perto da barragem de Santa Luzia), jantar na Erada à base do ainda mais exclusivo cabrito recheado e, claro, o estonado de Oleiros, ao almoço de Domingo, de regresso a Lisboa. Como é óbvio, também me propus a mim como escrevinhador da coisa e a um fotógrafo amigo para a produção dos competentes bonecos. Mas o resultado foi uma nega, que me levou muito a digerir.
Espero bem que seja desta e que a excursão aos domínios do dito cujo estonado se concretize em beleza. E resulte em mais uma jornadas das nossas, de harmonia e fraternidade verbitas.
Então, até Sábado.
D.R.                 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Almoço Oleiros - Últimos detalhes

Caros amigos!
Esta passa a ser a mensagem que dá todos os detalhes para a ida a oleiros! É com grande satisfação que constatamos que a "responsabilidade individual", falou mais alto e a adesão superou as expectativas! Vêm de todos os cantos para fazer da Serra do Moradal o Centro do Mundo.

Temos a presença confirmada, de Sua Exª o Presidente do Município de Oleiros, Senhor José Marques!


 
 PROGRAMA                                                                          ALMOÇO CONVÍVIO EM OLEIROS - 30 DE JAN 2010
OPCÇÃO I
Rua Tomás de Aquino - 1600-203 LISBOA                    Tel 217 220 200
08:30 - Concentração na Casa do Verbo Divino em Lisboa
09:00 - Partida em Autocarro
12:00 - Visita à Destilaria de Medronho na Madeirã Madeirã - Fica a 22 Km de Oleiros
13:15 - Concentração junto ao Restaurante "Maria Pinha" Rua Campo de Futebol, o Restaurante é por cima do Pavilhão Gimnodesportivo
13:30 - Almoço e Convívio
17:00 - A Hora do Adeus
OPCÇÃO II
13:15 - Concentração junto ao Restaurante "Maria Pinha" Rua Campo de Futebol, o Restaurante é por cima do Pavilhão Gimnodesportivo
13:30 - Almoço e Convívio
17:00 - A Hora do Adeus
Nota: Uma vez que nem todos viajam dos mesmos locais, apresentamos estas duas opções. Em função do tempo de viagem e do conhecimento do local, cada um decidirá da melhor opção.
 
Porto:
IC8 até Pedrógão Grande, local onde deverão sair e seguir a indicação
para a Madeirã (N350 - 10 km)
Castelo Branco:
Chegados a Oleiros seguem a indicação para a Madeirã  (22 km)
Marcamos encontro na Madeirã, para fazer a visita às 12.00h, sem
atrasos, para não condicionar o almoço...

domingo, 10 de janeiro de 2010

1.ª Revelação - Por Xico Barroso



Retrato do Paraíso

Todos conhecemos a célebre frase de Martin Luther King, tenho um sonho: um dia os meus quatro filhos vão viver num país onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pelo seu carácter. E sonhos, todos nós, na verdade, temos tido imensos.
Eu, em verdade vos digo: tive uma revelação. Não porque eu me tenha revelado ao mundo (isso ando eu a tentar fazer há cinquenta e tal anos), mas porque o mundo se revelou para mim. E que revelação é essa? Estão vocês a pensar…é que eu já vivo no paraíso.
O paraíso, que ninguém sabe o que é nem onde fica, porque que não é uma questão espaço temporal, foi-me revelado e isso é possível através do conceito ou a ideia que todos temos dele. Um lugar onde corre o leite e o mel, onde imaginamos que a felicidade só ali é possível.
O Paraíso é mesmo aqui onde eu habito. Arroios - Lisboa. É certo que é a capital do reino (para os monárquicos é claro), mas não é só por isso.
Este paraíso, por ser real, sustenta-se em três planos reais, como não podia deixar de ser. Um de natureza material, outro de natureza religiosa e outro de natureza mágica.
O de natureza material está simbolizado e radicado da Rua Pascoal de Melo, mesmo aqui ao meu lado, que muitos de vós conhece por causa da Cervejaria Portugália.
É uma artéria que vai do Largo da Estefânia à Praça Olegário Mariano, com cerca de 500 metros, mas um dos lugares mais ricos da cidade, a nossa Wall Street. Só na Rotunda da Estefânia tem quatro Bancos: Santander, Millénnium, Banif e BBVA. Um pouco mais à frente, do lado esquerdo, o Deutsche Bank, mais vinte metros, do lado direito, o Crédito Agrícola. Passa-se o Jardim do Constantino aparece logo o Barclays. Mais cinquenta metros do mesmo lado, o BPI, que já cá faltava e atravessada a Almirante Reis, mesmo em frente da Portugália, outra vez o Santander. Quantos são, contaram? Não é preciso: 9. É prodigioso ou não é?
O plano de natureza religiosa é também fantástico, se bem que não tão concentrado e com o epicentro na minha casa, a igreja de S. Jorge da Arroios, ao cimo da rua, a Igreja do Ministério dos Semeadores da Boa Nova, no n.º 96-A. Um pouco mais abaixo, mas ainda na Rua de Arroios, o Centro de Evangelismo Mundial das Assembleias de Deus, no n.º 83-A e ainda um pouco mais abaixo, no Edifício Jardins de Arroios n.º 54, a Igreja Pentecostal com Deus. No largo de Santa Bárbara a Igreja Evangélica Lisbonense. Na Rua D. Estefânia a Igreja Mundial do Poder de Deus e na Almirante Reis/Alameda uma igreja de grande freguesia: a Universal do Reino de Deus, onde já me disseram que há mesmo milagres. Podia arranjar ainda mais, mas a amostra é já significativa.
O de natureza mágica é talvez o mais espectacular, porque para além de mostrar que há imensa gente de riquíssima complexidade, contradiz a teoria da moda, que nos quer impingir a ideia de que o mundo está cada vez mais materialista: E isso deixa-me satisfeito.
Vou deixar-vos aqui os nomes dos grandes mestres que se preocupam connosco e me deixaram o seu cartão no limpa pára-brisas do carro em poucas semanas:
Professor UMAR astrólogo – grande médium vidente – especialista em todos os trabalhos ocultos, tel. 965 580 383;
BRAIMACAMBAI – astrólogo espiritualista curandeiro – professor e mestre na astrologia, dotado de poderes absolutos e irresistíveis…tel. 969 385 094;
Professor MAMADU – astrólogo e grande médium vidente – especialista em todos os trabalhos ocultos tel. 936 374 370;
Astrólogo AMADU o espiritualista resolve qualquer que seja o seu caso mesmo grave ou difícil solução… tel. 966 021 647;
Prof. METTRE CASSAMO astrólogo – grande médium vidente – especialista em todos os trabalhos ocultos, resultados rápidos e garantidos dotado de dom hereditário tel. 965 580 383;
Mestre FATI - astrólogo espiritualista com experiência  aconselha sobre amor, impotência sexual, aproximação rápida (isto deve ser aquela cena da cobrição) afastamento das pessoas amadas… tel. 965 793 088;
Mestre astrólogo – vidente Prof. ALCAIRY …grande cientista, espiritualista com super magia negra e branca mais forte… tel. 961 284 064;
Mestre CASSAMA - grande médium vidente internacional  - ajuda a recuperar esposos que foram com outra pessoa amada, casamento, negócios tel. 968 303 533;
Professor KALIFA …grande conselheiro, com 28 anos de experiência; especialista em todos os trabalhos ocultos, descendente de uma antiga família de magias negra e branca tel. 939 736 421;
Professor ABDOU – grande especialista curandeiro, especializado na astrologia e espiritualismo… trata negócios, inveja, mau-olhado, vícios, concursos, emprego, promoção, atracção de clientes… tel. 968 936 358.
Maravilha das maravilhas: todos estes “grandes mestres” darão pulos de contentamento de vos poderem ajudar; qualquer destas igrejas agradecerá a Deus o envio de um novo prosélito, mas o mais incrível de tudo isto é que todos os bancos que vos referi têm uma caixa embutida na parede da rua e todas estas caixas dispõem de uma ranhura donde saiem notas de euro, que até parecem que foram passadas a ferro.
E chegados aqui, vos pergunto eu: o que poderá ser isto senão o paraíso? É-o seguramente para os prisioneiros na Caverna de Platão (ainda se lembram da alegoria não lembram?), mas para outros, talvez não seja bem isso e eu próprio o admito, mas que é um sítio e um local maravilhoso, isso ninguém pode negar, até porque, em tempo algum da existência da humanidade se verificou tal prodígio.
É óbvio que isto é a ribalta, são os holofotes, que tanto nos excitam, mas se esta fosse a verdade (apesar de real) porquê tanto prozac, tanta coca e tanto álcool? Viver não é fácil e gerir a liberdade a que estamos condenados, como dizia o meu amigo (porque me deu uma perspectiva responsável da existência) J P Sartre, é uma tarefa demasiado árdua. No meio disto tudo, um gajo conseguir manter-se equilibrado é de artista. É por isso que dizem que viver é uma arte. É preciso ser-se intuitivo: vejam esta tirada …tenho para mim que o mundo em que vivemos não é aquele que vemos e nos rodeia, mas aquele que construímos e sentimos em cada dia que passa…(do nosso amigo tertuliano Zé Duarte, in comentário à carta do Xico) é preciso ser-se acima de tudo frontal. Frontal com os outros, mas sobretudo connosco próprios, porque o mais difícil na vida não é vencer os outros (há sempre uns tantos mais fracos), mas vencermo-nos a nós. Aqui a coisa complica, porque ninguém nos conhece como nós próprios nos conhecemos.
Para bem de vós todos e para terminar, que a lenga lenga já vai longa, deixo-vos com uma citação de Epicuro, 341 A C: “a felicidade e a bem-aventurança não tem a ver com a abundância de riquezas, com posições elevadas, com cargos ou com poder, mas com a libertação do sofrimento, a docilidade dos sentimentos e um estado de espírito que estabelece limites que estão de acordo com a natureza.” E outra de Henry Thoreau, n. 1817: “ a riqueza de um homem é proporcional às coisas de que ele consegue prescindir”. E mais não disse, descalçou as luvas, limpou as mãos à parede e foi-se, como dizia o nosso prof. Ernesto.
Até logo.