segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Fomos um Povo no dia 29!

José JESUS-AMARO, svd

Foram chegando... a medo... devagar... olhares e cumprimentos mais ou menos efusivos... conforme as caras eram mais ou menos familiares (conhecidas). Mas chegaram! E muitos! E bons... desmentimos o ditado de que a qualidade é inimiga da quantidade... como se houvesse qualidade sem quantidade... e também não acredito que haja alguma quantidade sem nenhuma qualidade... acredito que no meio do tanto o difícil é encontrar o pouco ou o poucochinho. Mas anda por lá...
Dizer que gostei... é pouco. Senti uma enorme alegria e um raminho de emoção durante a eucaristia! Ressuscitámos um pedacinho da alma de outros tempos... e isso não só sabe bem, no momento, como nos transporta para os tempos que já lá vão e não vão voltar é certo, mas que sabe sempre bem recuperar na memória dos afetos.
Pelo prazer do que fomos e do que somos e porque não há pessoa sem memória nem povo sem história. E no dia 29 de outubro nós fomos um povo! Sabemos que a memória e a história se entrelaçam na vida de todos nós. Sabemos que ambas se cruzam e se tecem com os fios finos e brilhantes das cumplicidades, do companheirismo, da solidariedade, do lazer, e dos caminhos trilhados por tempos mais ou menos longos da partilha fraterna do pão e do murro e agora solidamente amarrados com o cimento dourado da amizade... a palavra mais bela que alguém já declinou e a mais desafiadora em qualquer vida pobre, rica ou remediada.
No sábado colocámos mais uns tijolos e alguma argamassa no edifício da gratidão que temos para com a instituição que nos ajudou a ser o que somos. É certo que os ingratos têm memória curta... mas nós felizmente não pertencemos a esse clube e manifestámo-lo no dia 29 com clareza. Estamos gratos à SVD. A nossa gratidão para com ela será eterna, como eternos são os abraços do nosso contentamento e o prazer que experimentamos, quando as vidas nos deixam cruzar uns com os outros, como aconteceu no sábado. Aliás, nós fizemos que acontecesse... que se fizesse memória futura. JJ-A.

domingo, 30 de outubro de 2011

Obrigado


Foi a primeira vez que participei no encontro dos antigos alunos do Verbo Divino, no Tortosendo. 29 de Outubro! Gostei! Gostei de ver e abraçar gente entusiasmada; gente que se encontra e abraça com alegria aqueles com quem foi partilhando a vida durante meses ou anos.

Por vezes ouve-se que são encontros que ficam muito à volta da mesa. Mas há uma coisa: à volta da mesa fazem-se amigos! E, para além disso, muito possivelmente nos falte a nós, a mim e a outros, a ousadia de desafiar.


Recordo que conversando com alguns dos participantes, dizia que o encontro sem a celebração da eucaristia – a outra mesa – não seria o mesmo. É Ele que nos convoca, como outrora convocou os seus discípulos na Galileia, como outrora convocou Arnaldo Janssen, José Freinademetz,…. e os enviou. E já agora, como o pessoal se deixou tocar pelos desafios que o P. Elísio Gama está a viver na Amazónia, projeto apresentado pela Campanha Mãos Unidas para 2012, permitam-me dizer obrigado, porque senti nos participantes que a missão continua a ser questão de coração.

Precisamos de todos para continuar a tecer a Missão.
Obrigado!

P. António Leite, svd
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Foi lindo... e GRANDE!

Panorâmica do Almoço - Foto:António Melo


De repente, já!... ultrapassou todas as expectativas. O número?... talvez nem importe! O convívio, as amizades reatadas, esses sim, contam e contam-se. Cada um, que viveu este dia, desejou, em algum momento, que ele se prolongasse para lá do tempo limitado às escassas horas que estivemos juntos. 

A determinada altura, depois de sair da Eucaristia, olhei o céu azul, realçado pela visita constante do sol,  como só se consegue ver da Quinta do Prado no Tortosendo e vi um sorriso, discreto, que pairava feliz por nos ver ali, sorri-lhe! 

Aquela alegria contagiou-nos todos e nos diferentes momentos que formos partilhando, aqui no blog, no nosso Lux Mundi, no Facebook, nas nossas conversas posteriores, essa será a pedra de toque entre todos eles. Por isso, temos que estar agradecidos a todos os que contribuíram para que o evento fosse possível, à organização, à comunidade do Verbo Divino de Tortosendo, a todos os que estiveram presentes, de todos os pontos do país, aos ausentes, de quem sentimos saudades. Obrigado!
Nada disto seria possível sem "identidade", sem "partilha" e sem "oração"... onde foi que eu ouvi isto?

Convido-vos a ver o primeiro vídeo, apenas com as imagens iniciais. Chamo-lhe o video da contagem. Aguardo ainda as fotos de muitos vós (carmobaptista@gmail.com) para editar outras imagens. E, como seria bom, que me chegassem outros textos impressivos deste convívio! É pedir muito?

Clique na imagem para ver o Video

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A herança de Kadafi

Estava eu a comer um caldo de vagens polvilhado de segurelha (um verdadeiro mimo para os apreciadores da cozinha minimalista) quando me aparece a imagem ensanguentada de Kadafi na TV, noticiando a sua morte (péssimo gosto de escolherem as horas das refeições para mostrar este tipo de imagens).

Pensei. A esta hora já deve estar na barca de Caronte a atravessar a Estige e o Aqueronte a caminho do Inferno, mas logo o pensamento religioso, que não me abandona, porque configurado na fé, se sobrepõe e imaginei a experiência difícil e de limite dos seus últimos dias e na possibilidade do arrependimento. Teve mais tempo que o bom ladrão e Jesus podia ter-lhe dado a mão. Não me parece que alguma das hipóteses seja mais válida que a outra e não há para já maneira de as testar.

No entanto, depois de um exercício de hermenêutica apurado, quem sabe, pelo aroma da segurelha, apercebi-me da quantidade enorme de admiradores, que ele tinha e tem, e que dificilmente imaginaria, mesmo como mera possibilidade.

São factos públicos e notórios (graças à TV) os rasgados elogios que ainda há poucos anos lhe fez o nosso ex-Primeiro Ministro. Por toda a Europa o recebiam com pompa e circunstância e adoravam tanto o seu carisma como os depósitos que fazia nos bancos por esse mundo fora.

Caiu em desgraça, foi perseguido até à morte, mas a sua herança espiritual mantém-se viva – o pensamento Kadafiano.

Querem exemplos? O nosso país está cheio deles. O nosso país é, na verdade, um país singular. É um país que está separado por uma linha (como dizem na TV) abaixo da qual estão os que trabalham, estudam, gerem micro-mini-pequenas e médias empresas que produzem serviços, conhecimento, produtos, isto é riqueza e acima da qual estão os que ilicitamente se apropriam dessa riqueza.

Faz algum sentido que um gestor público, por mais capaz que seja, só porque está à frente de uma empresa modernaça que dá pelo nome de Renováveis e que é financiada por nós todos tenha um prémio de produtividade de 3 milhões? O que é isto? Pensamento Kadafiano.

Faz algum sentido, que o titulares de cargos políticos, numa situação de privilégio, se tenham atribuído subvenções vitalicias, ao fim de 8 anos de actividade, que muitos deles recebem antes da idade de aposentação estabelecida para o regime geral ou da função pública e com o país à beira da banca rota, não tenham a coragem de as suspender até haver de novo condições normais de pagamento. O que é isto? Pensamento Kadafiano.

Faz algum sentido, que num país com o nível de vida elevadíssimo como o nosso se vá confiscar parte do salário de pessoas com rendimentos acima de 485 €, enquanto os gabinetes Ministeriais continuam a usar carros de alta cilindrada ao preço que está a gasolina? O que é isto? Pensamento Kadafiano.

Estes são alguns elementos de prova de que aqueles que estão acima da tal linha que nos separa já não conhecem as pessoas concretas (só vêm abstracções), não conhecem a diferença entre o bem e o mal, o justo e o injusto.

O professor Ernesto que me perdoe, mas hoje acabo com o Eclesiastes: Vi tudo o que se faz debaixo do sol e achei que tudo é vaidade e vento que passa.

Francisco Barroso

terça-feira, 11 de outubro de 2011

FALECEU O NOSSO QUERIDO AMIGO CARLOS ROCHA - "O Rocha de Pêraboa"


A notícia caiu de choque através da nota do Tó Natário. Fui indagar e é mesmo assim, faleceu hoje o nosso querido amigo 

Para toda a família, este grupo de amigos, junta-se na dor deste momento e acredita que o Carlos ficará para sempre entre nós, recordado como o bom amigo, o da palavra certa, na hora certa e está num lugar junto do Pai.

 Descansa em paz Carlos. As nossa orações e os nossos pensamentos vão para ti e para a tua família.

Mais uma actualização da Rádio Caria do infeliz desfecho que vitimou o nosso amigo.