Dra. Maria Octávia Vaz
Suponho que cheguei ao Seminário no ano lectivo de 1970/71, a pedido do Sr. Padre José Garibaldi, que me apresentou a necessidade de leccionar Matemática à turma do então 5º ano liceal. Encontrei uma sala cheia de alunos que tinham bastante carência de bases de anos anteriores, mas que eram muito interessados, sempre na ânsia de preencher as lacunas existentes.
Era preciso avançar porque havia exame no final do ano e nos anos anteriores os resultados não tinham sido famosos…
Nesse ano melhorou-se alguma coisa, metade dos alunos conseguiram obter nota positiva e alguns fizeram-se mesmo muito bons alunos!
E já não tenho ideia, mas creio ter ensinado também, já nesse ano, as turmas dos 3º e 4º anos.
Os primeiros tempos foram trabalhosos, mas criei com os alunos um bom relacionamento e não me poupei a esforços.
Não tive dificuldade em me adaptar, embora nesse primeiro ano fôssemos apenas duas senhoras, eu e a Professora D. Fernanda, que leccionava Inglês. Já havia outros leigos como os professores Diniz, Barroso, Luís Vaz, Rocha e os Drs. Jaime Abílio, Ernesto Costa e Faria, que acumulavam em escolas da Covilhã. Depois juntaram-se a Dra. Manuela e outras senhoras, bem como o Dr. Santos Dias, Manuel Marques, Pacheco e esposa, o Prof. Flávio e outros…
Do corpo docente também faziam parte alguns sacerdotes. Foram anos muito bons, com um óptimo ambiente de trabalho e camaradagem. Recordo com saudade as festas dos alunos, com representações de teatro bem bonitas e também as festas de S. Nicolau, que deixavam os pequenitos aflitos e os mais crescidos aproveitavam para fazer as suas maroteiras…
Não esqueço aquela em que uma explosão com pólvora provocou sérios danos na mão do Jorge Martins.
O Seminário, nesses anos, ainda estava repleto de alunos. Quando algum saía, eu aproveitava para dizer à turma que “nem todos os chamados são sempre escolhidos” e que o essencial era que cada um, no ambiente onde viesse a inserir-se, procurasse pôr em prática a vivência cristã dos anos passados no Seminário, como espero que tenha acontecido.
Sei que muitos dos antigos alunos têm hoje lugares de relevo na nossa Sociedade e isso é para mim muito gratificante. Estive com alguns na festa de despedida do Sr. Padre Lúcio e gostei muito de os reencontrar.
Também agradeço a Deus o contacto próximo que tive com os sacerdotes mais novos da família S.V.D. que são ainda em bom número e a quem ensinei alguma coisa… segundo creio. Que o Senhor dê a todos, neste ano sacerdotal, as melhores bênçãos.
À Congregação estou muito grata pela amizade que me tem dispensado e faço votos de que estes 60 Anos de Vida em Portugal continuem a dar os seus frutos aqui e no mundo.
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