terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sugestões da Valenciana

1. Pelo que me parece, a Valenciana primeiro apetrechou estômagos e depois inspirou mentes. Já li, já vi e ouvi e de tudo o que se disse, e não foi pouco, ficou-me a ideia “peregrina”, provavelmente, de que se está a entrar numa discussão parecida com a que, há anos, se vem travando no seio dos Ex’s SVD sobre a não adesão do grupo da Beira Interior à AAVD. Sempre a achei, com todo o respeito por quem diferente pensar, uma questão menor, de lana caprina mesmo. A uma associação só pertence quem quer e não é por pertencer a ela ou não que se cortam as raízes que a todos nos ligam à SVD. Também todos sabemos que entre nós há os “institucionalistas” (dentro da SVD observa-se o mesmo) que sonham com uma associação forte, numerosa, activa, com as cotas em dia, com capacidade organizativa e mobilizadora e outros (também os há na SVD) mais livres e libertos que, sem a hostilizarem, preferem ir por outros caminhos: vão-se juntando, de vez em quando, para dizer/fazer duas coisas, mas sem compromissos de maior, pois já bastam os que a vida impõe no dia-a-dia. Ou usando a linguagem do Nicolau Marques: há os “substantivos” e os “advérbios”. São duas maneiras legítimas de estar na vida em relação a isto e a muitas outras coisas.

2. Gosto sempre de ouvir falar em transformar/mudar o mundo e dos sonhos que sobre tal projecto nos assaltaram na nossa infância e adolescência. Penso que também eu terei sido bafejado com tais piedosos e profundos desejos. Hoje, não acredito que sejam desejos de infância, mas acredito que sou convidado a mudar o mundo pelo próprio mundo e por todos aqueles com quem partilho esta CASA COMUM. Mas este mudar já não é através do modelo quixotesco do escudo e da espada, mas através da minha mudança (daquela que opero em mim com a ajuda dos outros). Eu mudo o mundo mudando-me a mim e disso não estou dispensado, porque ninguém me pode dispensar! E a mim, verdadeiramente, só eu me posso mudar! E não é difícil constatar que à medida que me mudo e transformo numa pessoa melhor este mundo passa a ser também ele um pouquinho (muito pequeno é certo) melhor. E é este o grande desafio que se nos coloca a “substantivos” e “advérbios”. E não podemos recusá-lo, pois se o fizermos este mundo fica mais pobre e menos “melhor”. Jj-a

3 comentários:

  1. Pois é Zé!... Não passa mesmo de lana caprina, mas o que queres? Costela de BEIRÃO...

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  2. Caro j-a
    A tua discordância relativamente ao que escrevo é sempre bem-vinda. Ainda assim, o meu texto (de resto, escrito quando o estômago há muito se desapetrechara), dirá mais do que a oposição simplista que a tua caricatura de "advérbios" versus "substantivos" sugere. Mas, é obvio que nunca me passaria pela cabeça pedir-te que o relesses.

    Forte abraço.

    Nicolau

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  3. Oh Nicolau! Não sei como conseguiste ler no meu texto que eu estava em desacordo com o que escreveste. Bem pelo contrário: gostei e estou de acordo. Quanto ao só ter aproveitado os "substantivos" e os "advérbios" foi porque me pareceu uma classificação muito plástica e interessante, mas que não podia usar sem citar a fonte. Eu digo: "já li, vi e ouvi" várias... não faço referência concreta ao teu texto. Se alguém se podia queixar era a Valenciana... Li-o e reli-o, como aliás faço com os textos do SdB... Abç.Jj-a

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