(Saludos cordiales para os leitores do SdB, os quais lembrei nestes dias castelhanos)
Nestes primeiros dias de setembro de 2010, levo os meus olhos cansados a percorrer os mil campos lisos e amarelados de secos, com intermitências verdes, desta Castilla vieja e desoladora. Olho o céu velho e os campos pejados de monasterios, catedrales e iglesias enormes de altas e de tijolinhos minúsculos. Aqui tudo é grande, muito grande… enorme até! O céu, as planícies, os monumentos... e... Aqui, as estrelas brilham mais intensamente devido aos raios esguios e compridos, a cair dum céu grande e longínquo, com mais cinzentos do que azuis.
Lembro-me de poetas e frailes, de agricultores e pastores e do que teria sido a vida, há séculos, por estes descampados áridos e tragicamente silenciosos. Gosto de Castilla, gosto da pedra dos monumentos já gasta e esfarelada, de tão secular, e do vidro velho e partido das janelas. E até das plantas a crescer nas velhas telhas mouriscas. Por aqui as pessoas são expansivas e corteses... mas falam muito alto...
É uma lugar para se olhar o céu e pisar a terra... descalço! Jj-a
Zé!
ResponderEliminarTransformas o teu teclado num pincel e pintas com cem palavras as cores da "Perla de Castilla", deu para sentir!
Saludos...
Este belíssimo texto aviva o que senti no já longínquo Agosto de 1981: regressando de comboio com o Zé Maria Cardoso de um "séjour" de 3 semanas de voluntariado de acolhimento na Cité S. Pierre, Lourdes; engrossando em Pamplona o grupo constituído pelo Teixa (António Teixeira), Pepper (José Luís Pimenta), Lopes, Leite, p.e David; pernoitando em Dueñas onde o Victor Baptista, o Artur Pizarro, o Silva Mendes, o Manuel Monteiro e o mestre Joaquim Valente nos esperavam.
ResponderEliminarTambém nesse périplo os "monasterios" eram oásis que interrompiam o estio que, nesse ano, se instalara na tórrida Ibéria.
Dois meses antes, no nº 18 da Santos Andreia, a Benfica, no mesmo 6º andar onde Jj-a concluía as suas lides académicas, destilava-se a 43º Celsius na véspera de mais um exame a realizar no cimo da rua da Palma.
O tempo passa; as sensações perduram.
Nicolau Marques