sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Céu de Castilla, la vieja

(Saludos cordiales para os leitores do SdB, os quais lembrei nestes dias castelhanos)

Nestes primeiros dias de setembro de 2010, levo os meus olhos cansados a percorrer os mil campos lisos e amarelados de secos, com intermitências verdes, desta Castilla vieja e desoladora. Olho o céu velho e os campos pejados  de monasterios, catedrales e iglesias enormes de altas e de tijolinhos minúsculos. Aqui tudo é grande, muito grande… enorme até! O céu, as planícies, os monumentos... e... Aqui, as estrelas brilham mais intensamente devido aos raios esguios e compridos, a cair dum céu grande e longínquo, com mais cinzentos do que azuis.
Lembro-me de poetas e frailes, de agricultores e pastores e do que teria sido a vida, há séculos, por estes descampados áridos e tragicamente silenciosos. Gosto de Castilla, gosto da pedra dos monumentos já gasta e esfarelada, de tão secular, e do vidro velho e partido das janelas. E até das plantas a crescer nas velhas telhas mouriscas. Por aqui as pessoas são expansivas e corteses... mas falam muito alto...
É uma lugar para se olhar o céu e pisar a terra... descalço! Jj-a 

2 comentários:

  1. Zé!
    Transformas o teu teclado num pincel e pintas com cem palavras as cores da "Perla de Castilla", deu para sentir!
    Saludos...

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  2. Este belíssimo texto aviva o que senti no já longínquo Agosto de 1981: regressando de comboio com o Zé Maria Cardoso de um "séjour" de 3 semanas de voluntariado de acolhimento na Cité S. Pierre, Lourdes; engrossando em Pamplona o grupo constituído pelo Teixa (António Teixeira), Pepper (José Luís Pimenta), Lopes, Leite, p.e David; pernoitando em Dueñas onde o Victor Baptista, o Artur Pizarro, o Silva Mendes, o Manuel Monteiro e o mestre Joaquim Valente nos esperavam.
    Também nesse périplo os "monasterios" eram oásis que interrompiam o estio que, nesse ano, se instalara na tórrida Ibéria.
    Dois meses antes, no nº 18 da Santos Andreia, a Benfica, no mesmo 6º andar onde Jj-a concluía as suas lides académicas, destilava-se a 43º Celsius na véspera de mais um exame a realizar no cimo da rua da Palma.
    O tempo passa; as sensações perduram.

    Nicolau Marques

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