segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Por que será que quanto mais corremos ... mais atrasados chegamos?



JOSÉ de JESUS AMARO

Eu sei que a maior parte de vós já não anda por este mundo dos blogs... nem que eles tenham o sabor da BEIRA.
Mas eu, como sou da velha guarda, ainda não consegui arranjar  tempo, motivação, pedalada, gozo engenho e empenho para acompanhar os skipes, os facebooks ou os twitter etc... perdoar-me-eis a ignorância, o atraso e um certo reacionarismo que, porventura, possam estar subjacentes a tão penosa decisão da minha parte. Depois do nariz de cera e para não me alongar mais... vamos ao que importa!
1. O dia 27 foi um dia bonito. Não tanto pelo sol e pela claridade única que a nossa Cova da Beira oferece, gratuitamente, a quem a visita. Foi bonito porque os ex’s SVD das Beiras, acompanhados de alguns externos, se juntaram, mais uma vez, numa bela jornada de confrater-nização, como só eles sabem. Para os verbitas que estivemos presentes, os antigos alunos são a face visível, no meio do mundo, daquilo que a nossa institução fez de melhor ao longo destes sessenta e tais de presença em Portugal: abrir horizontes e construir proximidades aos que por ela passaram. Ouvi-los falar da SVD, como falam, é animador e reconfortante. É certo que não fomos tantos como em 2011. Mas isso também não importa assim tanto: esteve quem pôde e quis e isso basta. E, como em tudo na vida, sempre será assim: há os que gostam, os que gostam mais, os que gostam menos e os que não gostam. Todos, porém, a meu ver, se forem honestos consigo próprios, descobrirão uma qualquer casca de cebola, mais ou menos seca, que a SVD lhes deu, enquanto por lá andaram, seja por Tortosendo, Guimarães ou Fátima. Fiquei contente...

2. E, já agora, para complementar, para os que ainda tenham um restinho de paciência para me ler, não resisto a falar-vos do meu domingo, 28. Saí de Tortosendo, a meia manhã, na direção norte com destino a Vila Verde, Braga. Subindo o Vale do Zêzere até à Vela já deu para ir admirando as nossas serras verdes de mato, salpicadas de algumas caducas amareladas, castanhas e avermelhadas (para o escuro). Na Guarda fazia muito frio (+ou- 3ºC). O vale do Mondego apareceu-me soberbo na sua variedade de cores e tonalidades e a água límpida ia correndo lenta ou veloz, conforme o declive do leito. Em Celorico foi rumar na direção de Trancoso. Que belas pedras aquela muralha oferece ao visitante ou simples transeunte, para além do esplendoroso e monumental cedro, que serve de altiva sentinela à entrada no jardim do campo da feira. Continuando: Rio de Mel, Benvende, Ponte do Abade, onde o Varosa corre ainda franzino e entretido. E, de repente, os carvalhos americanos da beira da estrada, antes do entroncamento para Aguiar da Beira e Viseu. A beleza das suas cores pediu paragem obrigatória. Mais à frente desvio para a Senhora da Lapa. Desta feita... não deu tempo e o recente incêndio não aconselhava. Seguiu-se Ferreirim, com as águas límpidas da barragem do Vilar, o chafariz de Penso a “botar” água como já se não vê... Vila da Rua e o seu belo pelourinho, ali mesmo no centro da vila e da rua. Pouco depois, Moimenta da Beira uma vila de “enrijar” os ossos à moda das Terras do Demo. Corte à direita para Tabuaço. Há tanto tempo que não passava por aquela vila encostadinha a ravinas e cujo acesso aperta o coração. Um bacalhau salgadote ajudou a compor os interiores. Descida para Santa Leocádia do Tedo (=um afluente do Douro). E chegada ao Douro: encorpado nuns pedaços, mas fino e pedregoso noutros. Régua e as folhas das videiras a povoarem as mil e uma encostas que o Douro tem. Mesão Frio, rio Teixeira, Padronelo e a Tasca do João, agora versão pós-visita da ASAE. Amarante, terra de Pascoaes e Agustina, aparece atravesada ao meio pelo Tâmega... continuação pela Lixa, Fafe, Guimarães e Braga... E, porque já estou a ser chato, mesmo para os meus pacientes... fico-me por aqui. Não sem antes vos recomendar o outono do meu/nosso contentamento e... das nossas vidas. Ele está aí à nossa disposição... como as portagens estão caras e os combustíveis também é deixar as autoestradas, os IPs e os ICs... e dar folga e plena liberdade ao olhar. Nada de restrições e censuras...
Em Soutelo, Vila Verde, aos 29 de outubro de 2012. 

3 comentários:

  1. Voltaram os textos do jj-a, esse excelente guia das nossas melhores memórias!

    Abraço.

    Nicolau

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  2. Gostei da tua escrita JJA.

    Ademiro a forma como te expressas, pois tenho a sensação que estou a vivenciar este momento.
    Continua, acompanho-te no Jornal do Fundão...

    Um Grande Abraço

    "chefe da covilhã"
    Luís Garcia

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  3. Desculpa o "ademiro", carreguei nas duas teclas em simultâneo :):)

    Aqui fica a errata: admiro a forma como...

    Um abraço

    "chefe da covilhã"

    Luís Garcia

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